quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Vamos descomplicar a Psicologia!

Vamos começar com um desafio?

Pare um momento. E se lhe perguntassem “Mas, afinal, o que é isso de ir ao Psicólogo?”, o que diria?

Vou tentar ajudá-lo(a) a responder a esta questão.

Ao longo da nossa vida, todos nós nos deparamos com desafios e tarefas constantes. Em alguns momentos podemos sentir que a resposta a essas situações se torna mais exigente. Parece que nos falta a energia para reagirmos e enfrentarmos uma situação pontual, ou mesmo a generalidade das situações quotidianas.


Quando nos encontramos perante uma dificuldade, geralmente procuramos o apoio daqueles que nos estão mais próximos: familiares e amigos. Outros preferem dedicar-se ao desporto, ouvir música, passear ou estarem sozinhos. Todos estes comportamentos são formas naturais de reagirmos no nosso dia-a-dia. E, se por vezes são suficientes para resolvermos aquilo que nos incomoda e preocupa, por outras ajudam apenas a afastar temporariamente os nossos problemas.

Volto a propor-lhe outro desafio. Pense na sua vida diária. Imagino que já passou por uma situação semelhante: Uma sensação de frustração que o(a) paralisa; uma discussão com alguém de quem gosta e que o(a) leva a dirigir a sua raiva para outras pessoas; medo de tomar uma decisão importante na sua vida; dificuldade em definir objectivos e um plano de acção para o futuro; algo que o(a) entristeceu; a necessidade de partilhar a sua alegria e não ter quem o(a) oiça; ou a dificuldade comum em gerir o stress da vida diária e encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Muitas vezes, encontramos à nossa volta quem ou o que nos apoie nestes momentos e, geralmente, passados uns minutos, umas horas, uns dias, conseguimos regressar ao nosso “estado normal”. Mas, com certeza, também já lhe aconteceu não ter disponibilidade temporal ou emocional para ligar a um familiar ou amigo para desabafar e pedir um conselho. Ou, se calhar, teve essa oportunidade mas do outro lado não recebeu o apoio que realmente precisava. Provavelmente também já se sentiu tão cansado(a) que teve vontade de largar as suas responsabilidades e dedicar-se a si próprio(a), para descansar e reorganizar ideias.

Na verdade, vivemos centrados no dia-a-dia. As exigências quotidianas, as responsabilidades profissionais, as circunstâncias económicas e sociais, as preocupações familiares, os deveres pessoais afastam-nos, muitas vezes, de nós mesmos, dos nossos desejos, dos nossos interesses e das nossas necessidades. Em suma, daquilo que realmente nos importa e aumenta a nossa qualidade de vida!

“Então, o que é isso de ir ao psicólogo?”

Os tempos actuais estão a exigir da Psicologia respostas inovadoras que permitam servir as reais necessidades das pessoas e acompanhar os desafios da evolução da sociedade. Esqueçamos as imagens caricaturadas pelos media: O divã, o terapeuta que aconselha e critica, as consultas para “malucos” ou “depressivos” e as conversas sobre os traumas originados na infância. A Psicologia vai muito além das ideias pré-concebidas que a maioria das pessoas aprendeu através das crenças antigas, dos meios de comunicação, dos filmes, dos livros ou da opinião pública.

A Psicologia de hoje aproximou-se das pessoas e responde às suas preocupações diárias e aos seus problemas do quotidiano. Assim, a Psicologia tem como principal objectivo acompanhar cada pessoa num processo de auto-conhecimento e de identificação dos seus recursos internos e potencialidades, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal e para ajudá-la a gerir melhor os acontecimentos de vida e as relações interpessoais.

Todos nós possuímos um potencial de desenvolvimento, como se estivéssemos dotados de ferramentas e recursos internos que nos permitem responder aos desafios, exigências e tarefas do quotidiano. No entanto, muitas vezes, estas potencialidades estão ocultas e são-no desconhecidas, por ausência de estímulos exteriores, do meio envolvente e/ou por falta de desejo interno de crescimento pessoal. É como se só conhecêssemos uma parte de nós e daquilo que somos capazes e, por essa razão, temos tantas vezes aquela sensação de que não conseguimos fazer face às situações com que nos deparamos diariamente. Ao longo do tempo isto leva à acumulação de sentimentos de frustração, derrota, tristeza, cansaço e desmotivação e, em alguns casos, ao aparecimento de problemas físicos e psicológicos mais complicados.

A consulta de Psicologia assemelha-se, então, a um ginásio, onde pode definir objectivos, identificar dificuldades e limites pessoais e treinar as suas capacidades, recursos e competências para os melhor utilizar no seu dia-a-dia e caminhar no sentido de um maior bem-estar geral. Afinal, se podemos cuidar de nós por fora, porque não fazê-lo por dentro?

Lembremos os nossos tempos de criança. Alguém teve de nos ensinar a andar, a falar, a vestir e a fazermos a nossa higiene. Nos tempos de escola aprendemos a ler, a escrever, a fazer contas e a estabelecer relações de amizade. Na verdade, ao longo do nosso desenvolvimento vão-nos ensinando a descobrir o mundo exterior, mas ninguém nos ensina a explorar o nosso mundo interior.

Quem somos? O que somos? O que sentimos? O que nos motiva? O que temos de melhor e pior? Como gerir as nossas emoções? Como se interligam corpo-emoção-pensamento-comportamento? Como gerir o dia-a-dia?, é uma aprendizagem que cabe a cada um de nós e que vamos limando na nossa vivência diária, o melhor que sabemos e conseguimos.  

Assim, a consulta de psicologia, sustentada numa relação de ajuda entre duas pessoas (psicólogo e cliente) permite a explorar este lado mais interno – o nosso eu e a nossa relação com os outros e o mundo, num processo activo de auto-conhecimento e auto-descoberta.

O psicólogo é uma pessoa disposta a ouvi-lo(a), a estar consigo sem julgar nem criticar e que vai ajudá-lo(a), gradualmente, a conhecer-se melhor. Para tal, é fundamental que se estabeleça uma relação humana de confiança e respeito, baseada no diálogo aberto e permanente entre o psicólogo e o cliente. Todos sabemos que, por vezes, as pessoas têm dificuldade em assumir os seus medos, resistências e fragilidades e de falar sobre aspectos da sua intimidade mas, ao serem ouvidas por alguém com formação especializada e num enquadramento aceitante e confidencial, conseguem aceder ao seu mundo interior (preocupações, medos, dúvidas...) e colocar em prática o seu processo de crescimento e transformação pessoal, no sentido de um melhor bem-estar e qualidade de vida.

Todo este processo será dedicado a si e às suas necessidades e, por isso, não existe um número pré-determinado de sessões, uma vez que se procura precisamente a individualidade de cada pessoa. Assim, as primeiras sessões vão servir para iniciar o estabelecimento da relação com o psicólogo e para ele conhecer a sua história. Posteriormente, com base nas informações recolhidas e nas suas necessidades, objectivos e expectativas vão ser explorados e trabalhado os aspectos mais importantes da sua experiência.

Assim, no espaço terapêutico terá um momento exclusivamente seu, onde o psicólogo, através de diálogo, técnicas e exercícios de auto-reflexão e auto-conhecimento específicos, vai ajudá-lo(a) a conhecer-se melhor e a desenvolver o seu potencial humano, para aprender a viver o melhor possível com as situações da vida diária. A Psicologia é, então, um guia orientador e positivo na procura do equilíbrio e bem-estar individuais e no melhor estabelecimento de relações com o exterior.


Termino, deixando-lhe um último desafio. Quando lhe perguntarem “Mas, afinal, o que é isso de ir ao Psicólogo?”, já sabe, só tem de descomplicar a Psicologia! 


Ana Correia

Psicóloga Clínica da Clínica FisioFalantes


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Fisioterapia com Fisioterapeutas? SIM!!! Mas… E os outros técnicos de reabilitação???

No que diz respeito a tratamentos de reabilitação física, a oferta nos dias de hoje é abundante: fisioterapeutas, enfermeiros de reabilitação, técnicos auxiliares de fisioterapia, todos querem ter um papel primordial no que toca ao tratamento dos seus utentes. É, no entanto, essencial que cada profissional de saúde perceba o seu papel numa equipa multidisciplinar.

São vários os profissionais que se consideram capazes de realizarem tratamentos de Fisioterapia e alguns vão mais longe e apresentam-se como sendo Fisioterapeutas…mas será que têm a formação necessária para isso? Será que têm conhecimentos para isso? Será que têm competência para isso? É extremamente importante que todos estes profissionais desempenhem a função para a qual foram formados, e ainda mais importante, que os utentes percebam a função de cada um deles quando chega a hora de procurar serviços especializados de reabilitação. Neste post vamos tentar demonstrar as diferenças entre estes profissionais para que possa procurar e escolher o profissional mais adequado…e, se mesmo assim ficar com dúvidas venha ter connosco que teremos o maior gosto em demonstrar as diferenças e a nossa competência.

Os Técnicos Auxiliares de Fisioterapia, como está implícito no nome, têm a função de colaborar com o Fisioterapeuta durante o tratamento do utente em tudo aquilo que o terapeuta achar necessário. Estes técnicos não possuem formação superior, realizando apenas cursos de curta duração, onde adquirem noções básicas de reabilitação.

Os Enfermeiros de Reabilitação, são enfermeiros com formação de base, que posteriormente se especializam nesta área. Estes aliam os cuidados de enfermagem à reabilitação, existindo uma linha muito ténue no que toca à separação das suas funções com as dos fisioterapeutas. Os Enfermeiros de Reabilitação potenciam a reabilitação física dos seus utentes, assim como os fisioterapeutas, no entanto não é da sua competência – nem formação – aplicar técnicas próprias dos fisioterapeutas como: drenagem linfática manual, electroterapia, “cinesioterapia respiratória”, entre muitos outros exemplos.

Os Fisioterapeutas são, esses sim, os técnicos especializados na reabilitação, com formação superior, e muitos até com especializações. Os Fisioterapeutas têm a função de avaliar, diagnosticar em fisioterapia, definir um plano de tratamento, fazer um prognóstico em fisioterapia e reavaliar periodicamente o seu utente. Estes profissionais, claro está, nem sempre trabalham sozinhos, contam com os Técnicos Auxiliares de Fisioterapia, Enfermeiros, Médicos e muitos outros profissionais, de forma a proporcionar a cada um dos seus utentes um tratamento efetivo e personalizado.

Infelizmente, hoje em dia verifica-se a ocupação de lugares de fisioterapeutas em clínicas e outros espaços, por profissionais que se apresentam como fisioterapeutas, não o sendo. Isto acontece, porque quando se tem uma porta aberta, o “factor euro” é, claro está, de extrema importância, fazendo com que sejam contratados profissionais que são mão-de-obra mais económica do que os fisioterapeutas. Outro factor relevante para que isto aconteça, é a pouca massa crítica que os Fisioterapeutas representam no nosso país, ou por serem poucos em comparação com a grande classe profissional que são os Enfermeiros, ou por (ainda) não existir uma Ordem dos Fisioterapeutas que regularize esta situação.

Este post tem a função de deixar explícitas as diferenças entre estes três grupos profissionais, não sendo nossa intenção menosprezar qualquer um deles, pois todos os profissionais de saúde são essenciais e todos devem perceber a sua competência, mantendo a total qualidade da prestação de cuidados!


Quando procurar Fisioterapia, certifique-se que esta é feita por Fisioterapeutas! Sendo a saúde tão importante, devemos sempre usufruir dos nossos direitos e dar-mos o consentimento informado a quem cuida dela! Por isso, cada vez que procurar Fisioterapia, exija sempre a Cédula Profissional do técnico que se propõe a tratá-lo, uma vez que é um direito seu saber “em que mãos se mete”.


A Clínica FisioFalantes orgulha-se de poder afirmar que a nossa Fisioterapia é feita somente com Fisioterapeutas licenciados e dispostos a dar o melhor tratamento aos seus utentes. 


Fisioterapeutas da Clínica FisioFalantes

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Dói-me muito o ombro... E agora?!

O complexo articular do ombro (CAO) é constituído por três articulações: a gleno-umeral, a acrómio-clavicular e a esterno-clavicular, e por uma “pseudo-articulação”: a escapulo-torácica. Este complexo irá permitir a realização de movimentos no plano frontal, sagital e transversal.

O principal grupo muscular responsável pelos movimentos do ombro designa-se por coifa dos rotadores, e engloba os músculos: supra-espinhoso, infra-espinhoso, sub-escapular e pequeno redondo. Entre o tendão do supra-espinhoso e o acrómio, está a bursa sub-acromial, responsável por manter a congruência articular, evitando o desgaste ósseo. 
O CAO, possui elementos que lhe conferem estabilidade, destacando-se entre eles a cápsula glenoumeral e o ligamento coracobraquial.


Por ser tão complexa, a articulação do ombro está sujeita a diversas condições clínicas, que se manifestam, na sua maioria, por dor no ombro. Entre as causas mais comuns para a presença de dor no ombro, destacamos: 


  • Tendinopatia da coifa dos rotadores
  • Tendinite calcificada
  • Ruptura da coifa dos rotadores
  • Tendinopatia e ruptura do bicípite
  • Bursite subacromial
  • Capsulite adesiva


A fisioterapia apresenta-se como um método eficaz de resolução da maioria destas condições clínicas, em que após avaliação, o fisioterapeuta será capaz de diagnosticar, definir um plano de tratamento e também um prognóstico.


O plano de tratamento, bem como a duração do mesmo, dependerá da sua condição clínica, podendo englobar técnicas como: laser, ultra-som, massagem, estimulação eléctrica, termoterapia, onda-curta, crioterapia e exercícios de fortalecimento e/ou estabilidade do CAO. O tratamento será ajustado sempre que o fisioterapeuta, após reavaliação, achar necessário.

Aconselhe-se connosco!

Fisioterapeutas da Clínica Fisiofalantes

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A Clínica Fisiofalantes e o seu Blog...

A Clínica Fisiofalantes situa-se na Rua Cidade de Bolama, próximo do Spacio Olivais.

Dispomos de várias especialidades médicas (como Fisiatria, Pediatria, Clínica Geral, Cardiologia), Fisioterapia, Terapia da Fala, Psicologia, Podologia, Análises Clínicas, Osteopatia e Medicinas alternativas. Temos profissionais especializados que têm como objectivo primordial o acompanhamento personalizado de todos os nossos pacientes.

Este blog destina-se à partilha de informação, por parte da nossa equipa, de vários temas relacionados com as nossas especialidades (fisioterapia, terapia da fala, nutrição, psicologia, entre outros).

Estaremos abertos a sugestões da vossa parte, relativamente a temas que queiram ver aprofundados!

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